Com o fim das eleições vem a normalidade?
Com o fim das eleições vem a normalidade. Isso é
bom, em parte. Não digo que gostaria de rever as ofensas e desrespeitos que em
alguns momentos me faziam pensar duas vezes antes de navegar pelas redes
sociais. Mas gostaria de ver sim, a perpetuação do anseio por cidades melhores,
e isto digo por que estou acostumado a ver ao longo dos anos vereadores que
fazem oposição ferrenha, mas que com o resultado das urnas esquecem
completamente seus compromissos, até mesmo os vendem para o mandatário do poder
executivo. Estou acostumado a ver que as grandes militâncias se transformam em
"marolas" com o fim dos pleitos. Estou acostumado e já cansado, de
ver que as pessoas não são o grande foco dos eleitos, pois muitos destes dizem
que já pagaram por seus votos e que agora precisam recuperar o "seu
investimento''.
E por falar em compra de votos, pensando exaustivamente
sobre o tema concluí que é muito cômodo criticar aqueles que venderam seus
votos por cerca de R$ 100,00, diga-se de passagem, uma boa valorização frente
aos últimos pleitos municipais que na época estava na casa dos R$ 50,00 e com
isso tendo maior valorização que o salário mínimo. Mas voltando ao cerne da questão,
é fácil criticá-los, mas o que dizer de quem vota para garantir um emprego,
para garantir contratos de suas empresas, para garantir que receberá sem
trabalhar, garantir-se como fornecedor sem licitações um quadrienal sanguessuga
do erário. Concluí que na maioria das vezes, vendemos sim os nossos votos,
porque não apelamos nem observamos as ideologias, porque não fomos norteados
pelo bem comum nem pelo zelo da coisa pública.
Diante de tais observações, surge a figura emblemática
do Ministro Joaquim Barbosa. Ficamos boquiabertos com a integridade de suas
conclusões e com o compromisso com suas convicções. Nós, o elegemos como herói
e atribuímos tais feitos a sua história de vida. Algo, entretanto me vem a
cabeça. Quantos dos políticos eleitos teriam um destino diferente do atribuído
ao tal Marcos Valério? Quantos seriam absorvidos por nunca comprar votos, por
nunca contratar sem licitar, por não fazer caixa 2 nas campanhas? Perguntas
difíceis. Estamos carentes de integridade, estamos carentes de mais pessoas, de
heróis que nos inspirem a segui-los por suas ideologias e que tenham o bem
comum como premissa e objetivo de vida.